Como pensar a música ao vivo para além do palco e do som? No artigo “Territórios, terreiros e geopolíticas na escuta conexa”, Tobias Arruda Queiroz e Victor Pires propõem um olhar ampliado sobre os festivais musicais, investigando o papel do território e da geopolítica nos modos de escutar e experienciar a música ao vivo.
Partindo do conceito de escuta conexa — que articula som, corpo, afetos e espaço —, os autores analisam a edição de 2022 do festival Afropunk Bahia. Mais do que um evento cultural, o festival se revela como um campo de disputas simbólicas e materiais, onde a racialização dos corpos e dos sons estrutura as formas de presença e pertencimento.
A análise propõe que o Afropunk Bahia opera como território e terreiro: um espaço de celebração, resistência e afirmação negra, que convoca uma escuta situada, encarnada e marcada por trajetórias históricas. Com isso, o texto nos convida a repensar o próprio ato de escutar — não como algo abstrato ou neutro, mas como uma prática geopolítica.
Neste estudo preliminar, Queiroz e Pires traçam caminhos férteis para uma crítica da música ao vivo que considere os atravessamentos raciais, espaciais e culturais — ampliando as formas de entender e vivenciar os festivais no Brasil.
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