Nesta sexta, 11 de outubro, a reunião do LAMA contará com a leitura do Livro Homo Modernus, da autora brasileira que é filósofa, artista visual e professora da Universidade da Columbia Britânica, Denise Ferreira da Silva.
A escritora argumenta que a racionalidade moderna, ao classificar e ordenar o mundo de forma “objetiva”, cria uma lógica social que naturaliza a hierarquização racial. Nesse sentido, a autora problematiza a noção de sujeito universal, revelando como ela se baseia em uma diferenciação racial que, mesmo sendo invisibilizada, está no cerne das estruturas políticas e sociais.
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A autora analisa como o projeto moderno de conhecimento, ao se basear em uma visão de mundo eurocêntrica, estabelece uma relação de poder entre o “Eu” (sujeito europeu, branco) e o “Outro” (sujeitos racializados). Esse “Outro” é sempre definido em relação ao sujeito dominante e, assim, desumanizado ou marginalizado. Silva mostra como essa dinâmica é institucionalizada por meio de várias práticas, como a economia política e as instituições jurídicas, que codificam e sustentam a divisão racial em termos de valor humano e de direito à existência plena.
Por fim, Denise Ferreira da Silva argumenta que a subjugação racial não é um resquício de tempos passados, mas uma estrutura contínua e ativa no presente. Ela desafia a ideia de que a modernidade é um projeto de emancipação universal, mostrando como, em vez disso, está profundamente enraizada em uma lógica racializada que desumaniza sujeitos não brancos. Denise propõe o fim dessas estruturas, buscando formas dessa lógica sócio-racial.
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