O livro tem participação do nosso coordenador Jeder Janotti Jr e o integrante Victor Pires
A pandemia da Covid-19 não apenas transformou nossa relação com o distanciamento social, mas também acelerou uma revolução digital no universo cultural. Com o cancelamento de shows, festivais e encontros presenciais, o live streaming emergiu como uma ferramenta vital para manter viva a chama da conexão humana. Em tempo real, artistas, organizações culturais e públicos se reinventaram em plataformas digitais, criando experiências que desafiaram os limites da proximidade física.
Do Presencial ao Digital: Uma Mudança Exponencial
O aumento exponencial de eventos online durante a pandemia não foi apenas uma resposta às restrições sanitárias, mas um experimento social em larga escala. Plataformas digitais se tornaram palcos improvisados para performances musicais, exposições virtuais e até festivais inteiros. Artistas que antes dependiam de plateias presenciais descobriram novas formas de engajar o público, enquanto os espectadores se adaptaram a uma nova modalidade de “fruição cultural”: interagindo por meio de chats, emojis e likes.
Mas essa transformação não ficou restrita ao entretenimento. Ela gerou reflexões profundas sobre midiatização e “plataformização” — termos que definem como as plataformas digitais estão remodelando a produção e o consumo de eventos ao vivo. Para stakeholders do setor (produtores, artistas, plataformas e até legisladores), ficou claro: o digital não é mais um “extra”, mas um espaço central para a cultura.

Um Olhar Sobre a Pesquisa: O Que Dizem os Especialistas?
Um recente volume de estudos, reunindo contribuições de pesquisadores italianos e internacionais, mergulhou nesse fenômeno para desvendar seus impactos. A obra não apenas traça a evolução do live streaming musical, mas também oferece análises teóricas e casos práticos que iluminam desafios e oportunidades.
Temas Chave Abordados:
- Trajetórias do Live Streaming Musical: Como essa tecnologia evoluiu de uma solução emergencial para um modelo consolidado?
- Estratégias de Artistas e Organizações: Quais motivações e obstáculos orientam as escolhas de quem produz cultura digital?
- Experiência do Público: Como os espectadores se adaptaram à fruição online? Há espaço para sociabilidade e inclusão nesse formato?
- Desafios da Plataformização: Quem controla os algoritmos que definem o sucesso de um evento online?
A pesquisa também destaca dilemas urgentes, como a tensão entre a democratização do acesso (já que eventos online podem alcançar públicos globais) e a exclusão digital (parte da população ainda não tem infraestrutura para participar).
Liveness e Plataformização: O Futuro dos Eventos Culturais
Um dos conceitos mais fascinantes discutidos no volume é a liveness — a ideia de que, mesmo mediados por telas, os eventos ao vivo mantêm uma “aura” de autenticidade e conexão em tempo real. Essa percepção redefine não apenas a experiência do público, mas também a economia dos eventos culturais, agora dependentes de modelos híbridos (presencial + digital).
Já a plataformização revela um paradoxo: enquanto plataformas como YouTube, Twitch e Instagram Live ampliam o alcance de artistas, elas também impõem regras próprias (como algoritmos de recomendação e monetização), transformando a cultura em um produto cada vez mais moldado por interesses comerciais.
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